CITAÇÕES PARA REFLETIR

"O meio mais seguro, ainda que o mais difícil, para prevenir os delitos é aperfeiçoar a educação, assunto demasiado vasto e que ultrapassa os limites que me impus. Ainda, ouso dizer que ele está intrinsecamente ligado à natureza do governo, razão para que seja um campo estéril, só cultivado por alguns poucos sábios". (Cesare Beccaria, 2002, 106-07)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Novas pesquisas sobre a oferta da educação nas prisões

             Desde a execução do Projeto Educando para a Liberdade (MJ / MEC, 2005), tem vindo a público cada vez mais, os resultados das pesquisas sobre a oferta da educação nas prisões (Brasil). A temática toca o interesse da população carcerária, profissionais da educação, pesquisadores, acadêmicos e muitos outros grupos de sujeitos da sociedade brasileira, além de organizações, o poder público e judiciário.
            Recentemente, novas pesquisas foram defendidas na Universidade de São Paulo - USP, Universidade São Judas Tades - USJT e Universidade Federal do Paraná  - UFPR, as quais contribuem com o registro da história das escolas nas prisões, problematizando ou historizando a realidade singular desse reduzido grupo de sujeitos que se insere no contextos das discussões da História da Educação de Jovens e Adultos em nosso tempo, dentre os quais, os estudos:

PESQUISADOR(A)
TÍTULO
INSTITUIÇÃO


Dra. Mariângela Graciano
A educação nas prisões: um estudo sobre a participação da sociedade civil, orientador: Dra. Flávia Schilling.


Doutorado em Educação, USP, 2010.

Dra. Martha Joana Tedeschi Gomes
"Intramuros": A certificação em matemática no CEEBJA "Dr. Mário Fraco" - 1982 a 1997, orientadora: Dra. Maria Helena Pupo Silveira.


Doutorado em Educação, UFPR, 2011.


Ms. Edmar Souza
das Neves
A prática da atividade física no sistema prisional brasileiro: Algumas iniciativas da educação penitenciária no início do século XX, orientadora: Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda.


Mestrado em Educação Física, USJT, 2011

       
            As pesquisas estão disponíveis na íntegra na internet! :)

FONTE:

GRACIANO, M. A educação nas prisões: um estudo sobre a participação da sociedade civil. Tese (Doutorado em Educação). São Paulo, USP, 2010, 261 f. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28012011-140835/pt-br.php, Acesso: 21 Out. 2011.
GOMES, M. J. T. "Intramuros": A certificação em matemática no CEEBJA "Dr. Mário Fraco" - 1982 a 1997Tese (Doutorado em Educação). Curitiba, UFPR, 2011, 256 f. Disponível em:  http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/25629/marta%20gomes%20UFPR%202011.pdf?sequence=1, Acesso: 21 Out. 2011.
SOUZA. E. S. A prática da atividade física no sistema prisional brasileiro: Algumas iniciativas da educação penitenciária no início do século XX. Dissertação (Mestrado em Educação Física). São Paulo, USJT, 2011, 126 f. Disponível em: http://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/162.pdf, Acesso: 21 Out. 2011.



           




sábado, 15 de outubro de 2011

DIA DOS PROFESSORES


Dedico o vídeo "Educar é construir pontes" a todos os professores, educadores sociais, monitores presos e voluntários que militam na educação penitenciária! 


                                 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A EEES Mário Quitanda


Divulgação da oferta da educação prisional através do Documentário dirigido pelo Prof. Dr. Elionaldo Fernandes Julião (UFF-RJ), com o título Casa de Correção, duração de 16 min e 56 segundos.




Sem dúvida, uma fonte importante no registro da história das escolas nas prisões. Parabéns ao Elionaldo pelo trabalho no mundo da linguagem audio-visual!






quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SABER LIBERTADOR: uma escola dentro da penitenciária

Numa penitenciária em Mato Grosso, uma escola ajuda a mudar a vida de 183 presos
Ana Rita Martins (novaescola@atleitor.com.br), de Rondonópolis, MT


DIREITO E CHANCE. Na biblioteca do presídio, a professora Creuza Ribeiro
coordena o período de estudos. Foto: Aelson Ribeiro

À primeira vista, o corredor de entrada da Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá, é igual ao de qualquer outra prisão. O ar que corta seus ângulos é úmido e abafado. Existem trancas e grades que fecham, em três unidades distintas, 600 homens condenados ou à espera de sentenças da Justiça. O que faz esse corredor ser diferente, porém, não é o aspecto físico. É aonde ele leva: uma escola, bem no centro do presídio.

Durante quatro dias na semana, em dois turnos de três horas, 183 detentos cursam turmas de Alfabetização e Ensino Fundamental e Médio. É o único lugar em que podem circular livremente, sem algemas (privilégio concedido só aos que decidem estudar). Foi na escola que Giovani de Souza Benevides redescobriu as cartas de sua mãe. Em 2004, ao ser preso, as correspondências eram apenas um amontoado de letras mortas, lidas de favor pelos colegas de cela. Hoje, alfabetizado e já na 6ª série, elas ganham contornos mais nítidos com a leitura autônoma. Mudaram também as letras de rap de Emerson Almeida Salomão. Antes, ele só escrevia sobre crime e revolta com o sistema penitenciário. As duas composições feitas em homenagem à escola mostram que há espaço para outros pensamentos. Esse caminho não se esgota ao fim da escolarização básica. Vitor Miguel Valêncio é filho de uma professora da Educação Infantil e já terminou o Ensino Médio, mas nem por isso deixa de frequentar a biblioteca. Está se preparando para o vestibular de Pedagogia.

Essas e outras histórias que têm a Educação como eixo são o resultado do trabalho árduo das dez professoras do presídio. Com curso superior nas áreas específicas das disciplinas que lecionam, elas são contratadas da Secretaria Municipal de Educação e contam com o acompanhamento diário da coordenadora pedagógica Creuza Ribeiro. Formada em Pedagogia, ela foi professora da rede municipal por sete anos e agente penitenciária. "Entrei na prisão pelo salário. Estava acostumada a dar aula para crianças e, de repente, passei a abrir e fechar cadeado. Logo cobicei uma das vagas da escola na penitenciária. É uma experiência única", conta. Além de mergulhar na didática da Educação de Jovens e Adultos (EJA), ela tem de conceber planos de estudo especiais para os presos temporários e lidar com faltas em decorrência de problemas de saúde, conflitos internos e doenças como a depressão.

"O trabalho aqui só dá certo porque a equipe não vê a Educação prisional como terapia ou benefício. É direito, estipulado pela Lei de Execuções Penais e pela Constituição", afirma Creuza. Apesar da garantia legal, o Ministério da Educação admite que apenas 20% da população carcerária tem acesso a algum tipo de Educação - incluída aí a fornecida por voluntários de organizações não-governamentais e entidades religiosas, sem experiência profissional para fornecer um ensino de qualidade. Definitivamente, não é o que se vê em Rondonópolis. Lá, as aulas são balizadas pelo currículo de EJA do município e planejadas semanalmente durante o horário de trabalho pedagógico. Por meio do ensino, quem sai daquele corredor que leva à escola - dessa vez, rumo à liberdade - pode se relacionar de um modo mais pleno com o mundo e a vida.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/rap-educacao-penitenciaria-521367.shtml, Acesso: 12 de out. de 2010.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Livros: Educação x Prisão

As publicações aos poucos tem surgido sobre a realidade da oferta da educação formal, em nível de ensino fundamental e médio no Sistema Penitenciário Brasileiro. Pesquisadores, militantes da educação e direitos humanos do período de 2007 a 2010, laçaram pode-se se dizer os primeiros livros referente a temática, o que é um marco na historiografia da educação brasileira.






As obras ganham uma significação ímpar na atualidade, já que estamos num momento de visibilidade nacional da oferta da educação nos estabelecimentos penais, seja da educação formal na modalidade Educação de Jovens e Adultos ou da prática da educação não formal em espaços educativos alternativos no interior das prisões no Brasil.

REFERÊNCIA:

CRAIDY, C. M. (Org.). Educação em prisões: direito e desafio. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2010.
ONOFRE, E. M. C. (Org.). Educação escolar entre as grades. São Carlos: Edufscar, 2007.
SILVA, R.; SOUZA NETO, J. C.; MOURA, R. (Org's). Pedagogia Social. São Paulo: Expressão e Arte, 2009.
YAMAMOTO, A.; LAGO, N. B.; GONÇALVES, E.; GRACIANO, M.; ASSUMPÇÃO, R. (Org’s). Educação em Prisões. São Paulo: Cereja/Alfasol, 2010.
VASQUEZ, E. L. Sociedade Cativa. Entre Cultura Escolar e Cultura Prisional: Uma incursão pela ciência penitenciária. Rio de Janeiro: CBJE, 2010.